Aluna do colégio Dehon vence concurso nacional de poesia
A aluna do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Dehon, de Tubarão, Laura Arézio Sobroza de Mello, venceu o concurso “Poetize” para jovens poetas. A promoção é realizada pela Editora Vivara. A poesia de Laura será publicada em um livro, junto com as outras ganhadoras.
Foram aproximadamente três mil poesias inscritas por jovens de todo o país. Apenas 250 foram escolhidas. Laura ficou sabendo do concurso pela mãe, que viu a propaganda em uma rede social. Quando soube do resultado, não conseguiu conter a alegria. “Contei para todas as pessoas que eu conheço. Liguei para a família inteira. Foi quase como ter passado em um vestibular”, diz empolgada.
Laura, que escreve desde pequena, conta que, quando soube do anúncio da editora, a poesia premiada já estava pronta. “Eu fiz a poesia mais ou menos uma semana antes de saber do concurso. Foi no meio de uma aula de matemática. A inspiração veio e eu tive que escrever”.
A aluna, que já tem outras poesias prontas, sonha em ser escritora. A faculdade almejada é Direito, pois ela acredita que as matérias lecionadas irão lhe auxiliar na criação de personagens e lugares fictícios.
Leia abaixo a poesia vencedora:
Abstração de meu pensar
O sol bate forte na carteira da frente
E me faz querer sentir
E me faz querer pensar
Na taça de vinho de Lídia
Na taça da sociedade
Mas eu não bebo, só decoro
Os ensaios da verdade
Como entender de Caeiro
Sem provar o doce suco da liberdade?
O pincel atômico, o quadro branco, o vinho industrial e as respostas prontas
Tornam-nos reféns de uma só realidade
A realidade não real, a abstração de meu pensar
E indução do nosso pensar
Pensar que não condiz, que não sente
Tudo lógico, não reticente
E quem é que pensou pela gente
Quando foi que o universo disse
Que era entendível pela nossa mente?
E os pilares que sustentam tudo
Não podiam ser uma margarida?
Quero ver quem é “epistemado” o bastante
Para dizer que é fora da razão
O mundo ser um grande peão
Nas mãos de um ser que sabe
De onde vem e para onde vai
A origem e o fim de tudo
Se é que tenha tido um início
Porque fim perfeito sabemos que nada têm
Já disse Lavoisier como agora nos convém
Mas os humanos erram!
E Drummond já errou, e Einstein já errou!
Ao menos “penso, logo existo”
Cogito ergo sum
Mas e se algo distante, ou isto
Administra o comum?
E se o que penso é escrito
Por um recôndito mentor?
E se o que tanto sei que sinto
Não é conhecido labirinto
Escolhido aleatoriamente?
Sabemos o que há no quadro branco
Mas não entendemos no mundo lá fora
Ou mesmo dentro de nós
E aquele sol que antes na carteira da frente batia
Não durou mais que um dia
Então que ao menos essas palavras
Possam-no alcançar.
Laura Arézio Sobroza de Mello
Fonte: Cilene Macedo
C&M - Comunicação e Marketing da Unisul