Coronavírus: entenda os riscos e questões para as gestantes

Saiba quais sintomas que devem ser levados em consideração para buscar ajuda médica

O novo coronavírus (Covid-19) tem preocupado muitas grávidas, principalmente porque a transmissão está aumentando a cada dia entre as pessoas no Brasil. Com isso, as dúvidas são cada vez mais frequentes. Conversamos com uma especialista para esclarecer as questões que giram em torno desse assunto. Afinal, as grávidas são grupo de risco?

De acordo com a infectologista Camila Almeida, especialista do Hospital e Maternidade Santa Joana, grupo de risco são pessoas com maior chance de morrer por conta da doença em questão. No caso do Covid-19, a grávida não está inclusa nesse grupo.

No geral, as gestantes no atual cenário da pandemia de coronavírus responderam melhor do que em outras infecções virais como, por exemplo, o H1N1. O mais importante neste momento é seguir as orientações das autoridades de saúde e não entrar em pânico.

Entretanto, isso não anula o fato de que é essencial ter uma atenção maior com as grávidas, principalmente na fase final da gestação.

"No fim da gravidez, a mulher fica com o útero naturalmente maior e por isso comprime o pulmão, o que acaba fazendo com que ela tenha mais cansaço", afirma a infectologista. Ou seja, essas alterações causadas pela própria gravidez fazem com que ela se sinta pior caso tenha um quadro viral de infecção.

Dessa forma, no grupo de risco ainda estão os idosos, diabéticos, hipertensos, asmáticos, doentes renais, pessoas com doença cardíaca e fumantes.

A grávida pode transmitir o vírus para o bebê?

Um estudo publicado no jornal científico The Lancet sugere que o vírus não é passado de mãe para filho durante a gestação. A pesquisa analisou nove grávidas da cidade de Wuhan (China).

Todas as mães tiveram parto cesárea e após o nascimento foram coletadas amostras do sangue do cordão umbilical, do líquido amniótico, da garganta dos bebês, assim como o leite materno de seis mães. Os exames deram negativo para o vírus.

Em contrapartida, o jornal britânico The Guardian publicou um caso de um bebê em Londres - cuja mãe estava com coronavírus -, que testou positivo minutos depois do nascimento. No entanto, ainda não há provas de que o recém-nascido foi contaminado durante a gestação ou depois que nasceu.

Por isso, até o momento não existem estudos suficientes que provem a possibilidade da transmissão do coronavírus para o bebê pela via uterina.

Quando a grávida deve procurar um hospital?

A grávida só deve procurar um hospital caso sinta febre, porque além de ser um sintoma de coronavírus também é de H1N1. "A nossa maior preocupação hoje é com o vírus da gripe, que realmente tem alta mortalidade para grávida", explica a infectologista Camila Almeida.

Além disso, a falta de ar também é um sintoma que deve ser levado em consideração para buscar ajuda médica. Portanto, a orientação é que, se possível, a grávida entre em contato primeiro com o seu obstetra antes de procurar um hospital, porque se forem sintomas leves de resfriado e ela for no pronto-socorro, pode pegar infecção de quem realmente está com o coronavírus.

 

Fonte: Minha Vida

Fotos: Divulgação

 

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