Emagrecer

A luta do século

Sedentarismo, alimentação calórica, falta de exercício físico. São muitos os fatores que levam uma pessoa à obesidade. Dados do IBGE 2014 revelam que em todas as faixas etárias aumentou contínua e substancialmente o percentual de pessoas com excesso de peso e obesas. Segundo dados do Ministério da Saúde, 50,8% da população tem excesso de peso, sendo que 17,5% são obesas. Mas o que fazer para vencer a batalha contra a balança?

 

A resposta está basicamente no padrão de consumo alimentar. De acordo com a nutricionista, Chellen Nagel, as famílias estão gradativamente substituindo a alimentação tradicional na dieta brasileira (arroz, feijão, hortaliças) por bebidas e alimentos industrializados, como refrigerantes, biscoitos e comidas prontas. "As pessoas estão preferindo os alimentos mais calóricos e, em muitos casos, menos nutritivos", explica.

 

O tratamento e a prevenção da obesidade estão principalmente ligados à alimentação saudável e exercícios físicos. Chellen ressalta que a dieta e as atividades corporais são importantes, mas a pessoa também precisa ter força de vontade. "A perda de peso não é nada fácil", afirma. Para um emagrecimento saudável, é recomendado que se tenha um acompanhamento médico. "O profissional da saúde, tem a recomendação nutricional correta para cada faixa etária, o que traz a segurança para desenvolver a prevenção, manutenção ou tratamento de cada caso", enfatiza.

 

Para perder peso de forma saudável, uma reeducação alimentar é necessária. O médico pós-graduado em Medicina Estética e com aperfeiçoamento em Obesidade, Henri Bischoff, informa que reeducar-se não significa ficar contando calorias o dia todo ou fazendo dietas exóticas. Significa não fazer as vontades de obesos e sim as necessidades. "Sabemos que todo obeso não gosta muito de comer pela manhã, gosta de comer um bife no almoço e, à noite, toma café com pão ou se enche de lanches. Ora, para emagrecer você deverá inverter tudo isso: comer como um rei pela manhã, como um príncipe no almoço e como um mendigo à noite", frisa.

 

Engana-se quem pensa que a obesidade é só uma questão de estética. Segundo o médico, o peso acima do normal também pode ser prejudicial à saúde. "O sobrepeso pode influenciar no surgimento de doenças do coração e diabetes", alerta.

 

Hábitos que podem mudar sua vida

 

Tão importantes quanto a reeducação alimentar, os exercícios físicos são fundamentais no emagrecimento. Bischoff diz que é fundamental reservar um tempo para o exercício como parte da mudança do hábito de vida. "Muita gente trabalha o dia todo e estuda à noite. Ou chega em casa e tem que se dedicar à família. Não tem tempo… E é por isso mesmo que estão obesos! Ou você aceita a obesidade como resultado dessa vida agitada ou enfrenta o problema de frente".

 

O segredo para gostar de praticar exercícios é fazer algo que dê prazer. De acordo com o proprietário da Academia Peruchi, com pós-graduação em Obesidade e Emagrecimento, Marcus Vinicius Peruchi, as pessoas obesas podem praticar qualquer tipo de atividade física, mas devem evitar aquelas com impacto. "Corridas, polichinelos ou qualquer exercício que tenha impacto muito forte com o chão podem ser prejudiciais ao corpo dessas pessoas", explica. Segundo Peruchi, aulas de Jump, Bike ou Dança Aeróbica são boas opções.

 

Para um melhor resultado, o trabalho aeróbico deve ser acompanhado pela musculação. "Assim, além de aumentar o consumo calórico, exercita a massa muscular", explica Peruchi. Ele aconselha que esses exercícios sejam acompanhados de um profissional da área, "pois quando feitos de forma incorreta, podem resultar em lesões articulares, posturais e cardíacas".

 

Alguns hábitos do dia a dia podem ajudar no emagrecimento e, sucessivamente, melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas, não só das que têm problemas com a balança. O personal trainer indica que hábitos como trocar o carro por bicicleta, o elevador pela escada e levantar para trocar o canal da televisão podem parecer simples, mas fazem grande diferença. "Com os avanços tecnológicos, a sociedade acabou ficando muito acomodada", ressalta.

 

Menos 41 quilos. A receita: amor próprio

 

Amor próprio foi o que fez a araranguaense Josiane Bernardino, de 35 anos, perder 41 quilos. Ela optou em não passar por nenhuma cirurgia de redução de estômago ou fazer alguma dieta mirabolante. Ela determinou-se, apenas, a querer estar bem consigo mesma. Em 2012, a dona de casa chegou a pesar 110 kg. "Tarefas simples do cotidiano ficavam difíceis de serem realizadas, e, além do mal que causava à saúde, minha autoestima era inexistente", relembra.

 

Segundo Josiane, o primeiro passo foi descobrir porque estava engordando tanto. "Comecei a repensar minha vida. Reparei que descontava meus problemas emocionais nas comidas, e depois que comia, ficava ainda pior. Isso causava danos à minha saúde física e emocional. Percebi, então, que era tempo de mudar meu estilo de vida".

 

Com o objetivo de sentir-se satisfeita como mulher, ela mudou os hábitos alimentares rigorosamente e, com a prática diária de exercícios físicos, recuperou o amor próprio. "Cortei os carboidratos total, comecei a evitar gorduras e comer bastante legumes e frutas, comendo sempre de três em três horas. Não precisei frequentar nenhuma academia, eu apenas inseri a bike no meu estilo de vida e comecei a praticar caminhada", acrescenta.

 

Dentre todas as melhoras nessa nova fase, a maior foi a recuperação da autoestima. "Hoje, estou bem comigo mesma, não sou mais insegura e nem ansiosa. Sinto-me realizada", conclui ela, que agora anda de cabeça erguida e com o sorriso no rosto. 

 

Da redação - Filipe Gabriel

*Esta e outras matérias você encontra na 47ª edição da revista Sul Fashion!

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