Exposição fotográfica retrata realidade de catadores de Criciúma

Mostra é realizada por projeto de extensão da Unesc

Por entre as imagens da mais nova exposição fotográfica da Unesc “Catadores(as), a matéria viva no lixo: Retratos da invisibilidade”, Jaqueline Rita Ferreira se reconhecia. Ela, que foi personagem de dois registros, pode ver com outros olhos o seu trabalho e o de outros onze colegas da Acrica (Associação Criciumense de Catadores), da qual faz parte há três anos, e da CTMAR (Cooperativa de Trabalhadores de Materiais Recicláveis). O cotidiano destas pessoas foi a inspiração da mostra organizada pelo projeto de extensão “Coleta Seletiva Solidária”, abriu na noite de terça-feira (2/5) no hall do Bloco da Reitoria, na Unesc.

“Achei as fotos lindas. Não me imaginava sendo retratada e nem ver um dia o trabalho que fazemos virando exposição”, comentou Jaqueline. A exposição traz imagens do professor da Unesc, Luís Afonso dos Santos, que iniciou os registros em julho de 2016 com o grupo de catadores da Acicra e CTMAR. “Cerca de 90% dos catadores são mulheres, com baixa escolaridade e que tiveram filhos muito jovens. As imagens retratam as condições de trabalho das catadoras e dos catadores, pessoas que não têm visibilidade mas são muito importantes para a sociedade”, comentou o autor das fotos.

São produzidas diariamente em Criciúma 140 toneladas de lixo e apenas 6% desse volume é reciclado. E a mostra também colabora para chamar a atenção para que cada um faça a sua parte. Segundo Jaqueline, a não separação dos resíduos acarreta em perca de muito material que poderia ser reciclado ou reaproveitado.

Segundo o coordenador do projeto de extensão “Coleta Seletiva Solidária” da Unesc, que atua com a Acrica e a CTMAR, a mostra tem o intuito de valorizar o trabalho das catadoras e catadores de Criciúma. “Queremos dar mais visibilidade, mostrar que o trabalho dos catadores faz sim a diferença e promover uma reflexão sobre as nossas atitudes”, comenta.

A aluna do curso de Psicologia da Unesc, e voluntária do projeto desde 2015, Vitória Sousa, comenta que a convivência com os catadores fez enxergar de uma maneira diferente o trabalho e a importância de projetos comunitários. “Eu aprendi o que era extensão na prática, depois que entrei no projeto. E a exposição é uma forma de chamar a atenção da sociedade e dos gestores públicos para a situação destes homens e mulheres que, a partir do lixo, constroem suas vidas”.

A abertura da mostra teve a participação da assessora da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unesc, Gisele Coelho Lopes, da professora Daniela Arns Silveira, dos professores participantes do projeto “Coleta Seletiva Solidária”, Leandro Nunes e Viviane Kraieski Assunção e estudantes envolvidos no projeto.


A exposição fica aberta ao público até 20 de maio na Unesc.

Release: Milena Nandi / Comunicação Integrada - Unesc

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