Pianista araranguaense lança projeto em São Paulo

Juliano Alves leva música clássica para crianças de escolas públicas

Sonhar, nunca desistir e acreditar. Este foi o lema para que o pianista araranguaense Juliano Alves conseguisse colocar o projeto “Música Clássica nas Escolas” em prática. O intuito é levar a música erudita para crianças do ensino fundamental que não têm acesso a esse tipo de arte.

 

A ideia surgiu em 2009, quando ele observava o fato de o público alvo das apresentações de concertos de música clássica ser, na maioria, pessoas mais velhas ou os próprios estudantes de música, que integram as classe mais altas.  "Eu mesmo não tive contato com a música nas escolas em que estudei na minha infância e adolescência", relembra.

 

Com o objetivo de fazer brotar a paixão pela música clássica nas crianças, o projeto já circulou várias escolas em São Paulo. "Muitos me falaram que não haveria o porquê de levar para essas crianças e jovens uma música que eles nem ao menos conheciam ou que não seria por eles valorizada. Mas, quando se tem um objetivo que martela a nossa cabeça, a gente não pode desistir", indaga.

 

Como funciona o projeto?

 

Juliano tentou realizar o projeto em Araranguá, mas não obteve muito sucesso. Porém ele nunca desistiu do sonho. "Por ironia do destino, o projeto se concretizou na cidade mais competitiva do país", desabafa.

 

O “Música Clássica nas Escolas” é uma forma de conciliar esse sonho e gerar benefício social para essas crianças e adolescentes. Com ele, é possível levar para as escolas públicas as apresentações de piano e, durante elas, explicar para os alunos qual a origem das composições que serão tocadas e qual a história dos compositores. "Assim, as crianças terão uma atividade artística extracurricular, que influenciará o dia a dia dos alunos das escolas públicas", explica o músico.

 

De acordo com ele, a vivência musical é importante pois possibilita o trabalho das emoções, o desenvolvimento da sensibilidade, a percepção auditiva e a sociabilidade. Amplia também a bagagem cultural com o aprendizado de diferentes gêneros musicais.

 

O objetivo é fazer uma média de quatro apresentações em cada escola, atingindo o maior número de alunos possíveis. No entanto, a intenção é superar essa meta com o tempo.

 

 O pianista

 

O contato com a música iniciou fora das escolas. Aos 11 anos de idade, em 1995, ingressou no mundo do piano com suas professoras Juracy da Rosa e Vera Walter. Aos 12 anos, passou a ter aulas no conservatório musical de Florianópolis, no qual estudou até os 17 anos, com a professora Luciana Goss.

 

Com 13 anos estudou com a pianista russa Olga Kiun, em Porto Alegre-RS. Com 16 anos, no ano 2000, foi vencedor do Concurso Latino Americano de Piano Rosa Mística, na cidade de Curitiba-PR. No mesmo ano foi finalista do concurso Madalena Tagliaferro, em São Paulo.

 

Ao completar 18 anos ingressou no Curso de Bacharelado em Performance Piano Clássico, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no qual formou-se com grau máximo no ano de 2005.

 

No ano de 2008, foi um dos quatro premiados (dentre 80 candidatos) no Concurso Música no Museu, no Rio de Janeiro, a partir do qual, os recitais dos premiados foram transmitidos pela TV Brasil e sua filiada de Portugal, além da TV Globo do Rio de Janeiro, para todo o Brasil.

 

Em 2010 concluiu o Curso de Mestrado em Performance Piano Clássico na Universidade Federal do Rio de Janeiro, na classe da grande mestra e empresária, reconhecida internacionalmente, Myrian Dauelsberg.

 

Sua carreira consiste em recitais nas principais capitais brasileiras e palestras-recitais para público que nunca teve contato com a música erudita. Em novembro/2014, foi vencedor no “Concurso Jovens Solistas e Regentes Eleazar de Carvalho – 2014”, em São Paulo, presidido pela pianista e professora Sônia Muniz.

 

Hoje, com 31 anos, cursa doutorado em Performance - Piano pela Unicamp e carrega na bagagem diversos prêmios.

 

Da redação - Filipe Gabriel Teixeira

*Com informações do Concretizes

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