Vá de bike!

A nova onda para quem quer viver bem, por mais tempo e, ainda, fugir do trânsito

Viver por mais tempo é um dos maiores desejos do ser humano. Para que este sonho se torne realidade, o segredo é mais simples do que se imagina. E não, não será necessário viajar para outro planeta ou gastar muito dinheiro. Para viver mais, com qualidade e independência,  de acordo com o geriatra e especialista em dor, Dr. Pedro Ferraz Neto, é preciso praticar, no mínimo, uma hora de exercícios por dia. 

 

Para quem precisa lutar contra a correria do dia-a-dia, uma opção é inserir a bicicleta na rotina diária. A prática, que é comum lá fora, já se espalhou pelo pais, e, na região, vários grupos de empresários e profissionais liberais aderiram ao esporte, que apresenta uma série de benefícios, tanto para a saúde e bem-estar quanto ao meio-ambiente e ao bolso, seja fugindo do estresse do trânsito, estacionamento ou economizando combustível.

 

De acordo com um estudo feito na Grã-Bretanha, publicado no periódico Preventive Medicine, ao pedalar, o corpo libera a endorfina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. Ou seja, quem adere à bike na rotina se sente menos pressionado e tem mais facilidade de se concentrar que os motorizados.

 

A saúde também agradece as pedaladas diárias. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto do Coração, de São Paulo, a prática é perfeita para sair do sedentarismo, eliminando o LDL (colesterol ruim, que em altos níveis contribui para o entupimento das artérias). Pessoas que se exercitam também produzem mais. Conforme levantamento feito pela Universidade Bellarmine, com 2.600 entrevistados, as pessoas que se exercitam pelo menos 150 minutos por semana, como muitos ciclistas, têm uma melhora de 65% no sono, aumentando a disposição durante o dia.

 

Os Grupos

 

O fato de poder estar em contato com a natureza, além dos benefícios para a saúde, foi o que influenciou o contabilista e professor universitário de Araranguá, Édio Silveira, a começar  pedalar. Um dos pioneiros na região, ele participa de grupos que se reúnem para praticar o esporte e até competir, desde 1980. "A gente parou um tempo devido as más condições das rodovias que não eram apropriadas, e ainda não estão, mas já melhorou”, lembra. Atualmente, o empresário participa do grupo Papaléguas da Bike e incentivou a família inteira para praticar a modalidade. "Na minha casa, temos oito bicicletas", fala.

 

De tanto pedalar, Silveira e o filho Gabriel carregam na bagagem diversos prêmios, inclusive nacionais. Mas, acima da adrenalina sentida nas competições, a boa qualidade de vida é o motivo que faz com que ele pedale todos os dias de 50 a 60 quilômetros, em torno de duas horas diárias. "O contato com a natureza me deixa relaxado. Não vejo nem o tempo passar", declara. Para ele, o momento para andar de bicicleta é agora.

 

Assim como o contador, a odontologista Sulingue Visentin também participa de um grupo com cerca de dez integrantes na cidade de Turvo. Segundo ela, a prática começou numa brincadeira entre amigos. "Comecei com 10 quilômetros e não parei mais", diz empolgada. Antes da bike, Sulingue praticava a corrida, mas começou a prejudicar a coluna por causa do impacto com o chão. De acordo com ela, o grupo para pedalar caiu do céu.

 

A dentista frisa o prazer de estar em contato com a pessoas e a natureza. "A gente conhece gente e lugares novos, descobre detalhes que de carro não se consegue observar. Temos a possibilidade de ir conversando, parar embaixo de um pé de bergamota e valorizar as coisas mais simples da vida. É uma liberdade inexplicável!", ressalta. Ela completa reforçando sobre a solidariedade e o respeito entre os participantes do grupo. "É uma parceria muito bacana! Se alguma bicicleta estraga todos param para ajudar... E a região está cada vez mais adepta para a atividade", finaliza.

 

Quanto ao exercício físico, a bike  ajudou Sulingue a melhorar seu condicionamento físico, a circulação e a perder peso, tonificando braços, pernas e o abdômen.

 

Vovôs pedalando? Cuidado!

 

Mesmo que a bicicleta ofereça inúmeros benefícios à saúde, as pessoas com mais idade precisam ter cuidado. O geriatra explica que a prática não é recomendada para aqueles que tenham mais de 60 anos e não tenham um preparo físico adequado prévio porque, qualquer fratura na terceira idade pode se transformar numa tragédia. "Com a idade, os ossos diminuem sua resistência. As mulheres, por exemplo, quando entram na menopausa e não se tratam, desenvolvem a osteoporose, é da natureza delas", compara.

 

O exercício nesta idade é importante, desde que os limites de cada um sejam respeitados. De acordo com o médico, a caminhada é o exercício mais recomendado, mas fazer musculação com o acompanhamento de uma pessoa especializada e uma dieta balanceada também são fundamentais.

 

Dicas importantes

 

*Medida - O tamanho da bike precisa se adequar com as medidas do corpo. É como se fosse uma roupa, quanto mais adequada a seu tamanho, mais confortável. Por isso, é fundamental provar antes de comprar. Nos modelos urbanos, os tamanhos do quadro variam de 15 a 21. Basta inserir medidas como altura e distância dos ombros.

 

*Use capacete - Não é obrigatório, mas o uso do acessório é importante para proteger das quedas e trombadas com galhos. Escolha um que cubra e tenha boa ventilação.

 

*Luvas - Diminuem o atrito das mãos com o guidão. Existem luvas de dedo inteiro, que são mais seguras; as de meio dedo, ideais para dias de calor; e com gel, que protegem da tendinite.

 

*Óculos - Bloqueiam o sol e também são importantes à noite para evitar que insetos ou sujeiras entrem nos olhos, o que pode fazer com que o ciclista perca o controle da bike acidentalmente. 

 

Da redação - Filipe Gabriel Teixeira

*Esta e outras matérias você encontra na 49ª edição da revista Sul Fashion!

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