Automedicação: os riscos de uma atitude irresponsável
Responsável por oferecer alívio imediato à algumas dores ou sintomas indesejáveis, a automedicação é uma prática bastante comum no Brasil. Aceitar aquele remédio de um amigo para dor de cabeça, tomar qualquer anti-inflamatório para uma dor de garganta, ou até mesmo as receitas caseiras da vovó para aliviar uma gripe são atos que ao invés de ajudarem podem acarretar em consequências mais graves do que se imagina.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Antonio Carlos Lopes, o Brasil é país campeão da automedicação. "Genéricos ou de marca, com ou sem prescrição, comprados em farmácias reais ou virtuais, o que não faltam são opções de medicamentos e diversas facilidades para adquiri-los, até mesmo no conforto de casa, sem precisar se locomover", informa.
Porém, essa facilidade de encontrar medicamentos de todos os tipos muitas vezes traz resultados desagradáveis. "O uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que a utilização inadequada pode esconder determinados sintomas", explica Lopes. Ele ressalta que se o remédio for antibiótico, a atenção deve ser sempre redobrada."Abusar destes produtos pode facilitar o aumento da resistência de micro-organismos, o que compromete a eficácia dos tratamentos", completa.
Outra preocupação em relação ao uso do remédio refere-se à combinação inadequada. Conforme o presidente, neste caso, o uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro. "O uso de remédios de maneira incorreta ou irracional pode trazer, ainda, consequências como: reações alérgicas, dependência e até a morte", orienta.
A Anvisa recomenda:
> A mídia é responsável por induzir a prática. De acordo com dados da Anvisa, a propaganda muitas vezes incentiva o consumo de determinado medicamento que nem sempre é o indicado para aquela necessidade.
> A intoxicação por medicamentos ocupa o primeiro lugar dentre as causas de intoxicação registradas em todo o país, à frente dos produtos de limpeza, dos agrotóxicos e dos alimentos estragados.
> Os analgésicos , os antitérmicos e os anti-inflamatórios representam as classes de medicamentos que mais intoxicam.
Estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS)
> Em todo o mundo, mais de 50% de todos os medicamentos receitados são dispensáveis ou são vendidos de forma inadequada.
> Cerca de 1/3 da população mundial tem carência no acesso a medicamentos essenciais.
> Em todo mundo, 50% dos pacientes tomam medicamentos de forma incorreta.
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