Por um bom tempo, a cafeína foi um vilão para a saúde. A ciência vem estudando e novas descobertas apontam efeitos bem positivos, porém seus pontos problemáticos continuam a existir. Pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center fizeram estudos sobre o consumo de café e descobriram que ingerir a bebida com moderação - cerca de dois copos por dia - pode prevenir insuficiência cardíaca. Os pesquisadores encontraram mais de 6.500 relatórios de insuficiência cardíaca entre os analisados durante um período que variou de oito a 35 anos.

Cruzando os dados com o hábito de beber café dos participantes, os autores descobriram que aqueles que ingeriam por dia três ou quatro porções de café descafeinado tiveram o risco de insuficiência cardíaca reduzido em 11%. Adaptando as quantidades, a proteção pode ser percebida pelo consumo de duas xícaras de café normal. 

Assim, para a bebida ser um bom aliado na prevenção é necessário moderar a quantidade. O recomendado por dia como sugere a pesquisa é de 300 a 400mg de cafeína, equivalentes a três ou quatro xícaras médias de café coado, ou a metade disso na versão expressa, que é mais concentrada. 

Eles afirmam que, embora a insuficiência cardíaca possa ser controlada com remédios e mudanças de estilo de vida, o consumo de café é uma forma de ajudar a proteger o indivíduo desses riscos. O café possui um efeito anti-inflamatório, que deixa as veias livres para o sangue circular, protegendo nosso corpo contra doenças cardíacas. Mas atenção: a proteção cai por terra caso o consumo de café ou outras substâncias ricas em cafeína (como chá mate, chá preto e refrigerantes de cola) alcance mais de 800mg/dia. Outros benefícios são o combate a fadiga, melhora no desempenho da memória e concentração, possui também efeito analgésico para dores de cabeça e estimula a função renal.

Os contras da cafeína, sobretudo quando bebida em excesso, são a elevação da pressão arterial e problemas a pessoas com arritmia cardíaca; Dificuldade para absorção do cálcio, pois a cafeína reduz a absorção intestinal desse mineral, contribuindo para o aparecimento da osteoporose; aumento da secreção do estômago, piorando quadros de gastrite, refluxo, porque a cafeína irrita o sistema digestivo, principalmente quando o consumo é em jejum.

Café realmente tira nosso sono?

Sim. Isso acontece porque o consumo de cafeína bloqueia a ação de um componente químico do cérebro, que determina a necessidade de sono e desperta a vontade de dormir. "Os efeitos da cafeína persistem por quatro a seis horas após o consumo. É preciso ter isso em vista para que uma xícara de café não se transforme em gatilho para a insônia", afirma a endocrinologista Claudia. 

Crianças podem tomar café? E gestantes?

As crianças podem tomar café, desde que não ultrapassem 45mg/dia (cerca de meia xícara). O sistema neurológico infantil é mais sensível e o excesso de cafeína pode prejudicá-lo. Mantido este cuidado com a quantidade, o café aumenta a concentração e a disposição mental, ajudando crianças com déficit de atenção.

Embora o consumo de cafeína não esteja relacionado à má formação ou retardo do crescimento uterino, o ideal é que a gestante não consuma quantidades muito altas de cafeína, sendo o limite seguro de 300mg/dia, isso porque o consumo excessivo de café pode levar à perda de peso da gestante e do feto.  

 Fonte: site minhavida