Construção civil de Criciúma inutiliza 145,65 toneladas de resíduos por dia

A destinação incorreta dos resíduos de construção provoca impactos ambientais, por isso é premissa urgente dos municípios

“A construção civil é reconhecida como uma das mais importantes para o desenvolvimento econômico e social, por outro lado, comporta-se ainda como grande geradora de impactos ambientais”. A reflexão é do professor mestre Mario Ricardo Guadagnin sobre gestão de resíduos de demolição e construção, durante oficina na Semana de Ciência e Tecnologia da Unesc. 

 

Conforme o professor, por dia são inutilizados pela construção civil de Criciúma 145,65 toneladas de resíduos (areia, argamassa, cerâmica esmaltada, concreto, tijolo, madeira e outros). No caso dos resíduos urbanos, esse montante é de 110 a 120 toneladas/dia. “O gerenciamento de resíduos na construção civil tornou-se premissa urgente em todo o processo construtivo. No Brasil é comum a disposição irregular de entulho, e por esse motivo, a destinação incorreta dos resíduos de construção civil provoca consequências desastrosas ao habitat afetado e a qualidade de vida da coletividade”, ressaltou o professor.

 

Ele salientou que em 2010 foram liberadas licenças para a construção de 449.520,97 metros quadrados em Criciúma. O total de área construída na cidade de 2001 a 2010 já chega a 2.796.391,7 metros quadrados, ou seja, houve um crescimento de 102,5% nesse período.

 

“A região Sul, que envolve os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná é a que mais possui aterro sanitário. Existem 805, e o melhor gerenciamento está nesses três Estados”, ressaltou, acrescentando que o país como um todo tem que avançar muito no que diz respeito ao resíduo de construção civil. “Temos o tratamento adequado, em apenas, 25 cidades do Brasil”, completou.

 

Por outro lado, ele falou da falta de consciência da população, e o resultado está nas enchentes, em virtude do depósito incorreto nos bueiros ou nos canais. “Não adianta, por exemplo, fazer um Canal Auxiliar como está sendo feito no Rio Criciúma se a população também não ajudar”, destacou.

 

Mapeamento

Professores e alunos do curso de Engenharia Ambiental da Unesc realizaram mapeamento e detectaram 204 áreas de produção irregular de resíduo de construção civil na região da Amrec. Dessas, 50% estão em Criciúma. “Isso acaba sendo atrativo para depósito de outros materiais, como resíduo doméstico até carcaça de veículo”, enfatizou.

 

Lixo

Por dia, de acordo com o professor Mario, são geradas em Criciúma em torno de 110 a 120 toneladas de lixo (resíduo urbano). “O custo da tonelada para os cofres públicos é de R$ 175,00, ou seja, fazendo o cálculo anual, o valor chega a R$ 6,720 milhões ao ano para o Município entre coleta e destinação de resíduo urbano”, mencionou. Ele acrescentou ainda que a região Sul é a que menos gera resíduos por habitante/dia. No Brasil, em 2008 produziu-se 188,815 toneladas por dia de resíduo urbano, o que dá 1,2 quilo por habitante. O Sul, nesse ano, produziu 21,929 toneladas por dia, o equivalente a 0,9 quilos por habitante.

 

Setor de Comunicação Social Unesc - Daniela Savi

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