Distorção da felicidade nas redes sociais pode levar ao suicídio
Curtidas, compartilhamentos e milhões de amigos. A distorção da felicidade que se espalha pelas redes sociais tem preocupado profissionais da área da saúde. Segundo uma pesquisa da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, quanto mais tempo os jovens usam as redes sociais durante o dia, maiores são as chances de desenvolver a depressão. Dentro desses números seguem aqueles que recorrem a forma mais drástica de terminar com a dor: o suicídio.
Para tratar sobre o assunto, a Unesc traz durante os dias 22 e 23 de setembro a 15ª edição do Simpósio de Neurociências da Unesc, que está com inscrições abertas e tem como objetivo promover a construção do conhecimento através de dados epidemiológicos e neurológicos que envolvem o suicídio. E a temática assusta, dados da Organização Mundial da Saúde mostram que a cada 40 segundos ocorre uma morte por suicídio.
A professora do curso de Medicina da Unesc, Kelen Cacellier Cechinel Recco, comentou que a relação entre o suicídio e as redes sociais, tão presente na vida das pessoas, se fortalece por meio do afastamento de relacionamentos interpessoais. “Além disso, existe a busca constante de uma imagem que dê uma maior aceitação social, levando os usuários das mídias a perda de identidade. Essas frustrações, somadas a outros fatores, pode facilitar o aparecimento de transtornos psiquiátricos”, ressaltou.
Como posso ajudar?
Sinais de alerta são visíveis em pessoas que têm a vontade de tirar a própria vida, muitos deles são pedidos de ajuda. Frases como “quero sumir” e “nada em minha vida faz sentido” devem ser levadas a sério. “O paciente traz vários indícios quando tem pensamentos suicidas. É necessário estar sempre alerta, para que familiares e amigos consigam dar o encaminhamento correto o mais breve possível”, afirmou Kelen.
Por falta de informação, muitos ainda acreditam que falar sobre o suicídio pode agravar o problema. Mas segundo a professora, isso é um mito. “Conversar sobre suicídio sem preconceitos, mostrar-se disposto a ouvir e ajudar a pessoa que está com esses pensamentos, faz com que ele sinta segurança e confiança em expor seus sentimentos. Falar sobre o assunto não vai dar "ideia" de cometer o ato, mas sim, representar uma ótima oportunidade de buscar tratamento”, contou.
O Simpósio
Epidemiologia do suicídio, fatores de risco, suicídio na infância e adolescência, intervenções farmacológicas, desafios para a Psicologia, entre outros temas serão abordados durante o Simpósio. A edição vai contar com a participação de profissionais renomados da área da saúde mental para debater estratégias de prevenção do suicídio.
Inscrições e programação