Entidades do setor calçadista lançam Future Footwear
A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em parceria Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para Couros, Calçados e Afins (Abrameq), Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefato (IBTeC) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), lança, no próximo dia 24 de agosto, às 18h30min, o projeto Future Footwear. A iniciativa visa preparar o setor calçadista brasileiro para o futuro do segmento, considerando melhorias em design, produção e modelo de negócios. O lançamento será na sede principal do Grupo Priority, que produz as marcas West Coast e Cravo & Canela, em Ivoti/RS.
A gestora de Projetos da Abicalçados, Roberta Ramos, ressalta que o projeto leva em consideração o atual estágio da cultura mundial, que privilegia cada vez mais o acesso do que a posse dos produtos. “Estamos já na era da revolução digital, onde a mentalidade é randômica, criativa, orgânica e estética. A forma como nos comunicamos, encontramos informações, nos relacionamos e temos a visão de mundo já é diferente”, comenta.
Segundo ela, a indústria de calçados precisa estar preparada para a mudança de mentalidade do consumidor, o que vai ensejar novos modelos de negócios, processos diferentes do que os utilizados até agora e produtos altamente inovadores. “As configurações de trabalho tradicionais também vão mudar. Invés de uma visão hierárquica de relações, passaremos a ter uma descentralização de poder, com uma maior horizontalidade entre os operadores e entre todos os elos da cadeia”, completa a gestora, citando exemplos como a plataforma Airbnb – que sem uma estrutura de hotelaria já hospedou mais de 60 milhões de pessoas em quase 200 países, a Netflix – com a disponibilidade de filmes e séries exclusivas pela internet, e o Uber – que sem a propriedade de um carro já está no rol de um dos principais serviços de transporte de passageiros do mundo.
O setor
Produzindo mais de 800 milhões de pares anuais e figurando no terceiro posto entre os principais fabricantes mundiais de calçados – atrás somente da China e da Índia -, a indústria brasileira ainda tem um longo caminho rumo à inovação nos processos. Roberta cita, como exemplos de inovações sendo desenvolvidas em nível mundial, o sapato que muda de cor conforme desejo do usuário via aplicativo no smartphone, o calçado que gera energia ao caminhar, o sapato com GPS, entre outros exemplos.
Meta ambiciosa
Com o projeto, o objetivo é tornar a indústria calçadista nacional, no médio prazo, uma referência internacional. “Certamente, com o apoio de toda a cadeia, conseguiremos alcançar esse objetivo”, projeta.
Projeto
O Future Footwear tem um tripé composto por Novos Produtos, Novos Processos e Novos Modelos de Negócios, que juntos formarão a base para o desenvolvimento do conceito na indústria calçadista brasileira. “Queremos possibilitar à indústria desenvolver materiais com tecnologia avançada, automação, maior integração entre os elos da cadeia, fomentar o empreendedorismo em novos modelos de negócios, aproximar o setor de startups, enfim, criar uma cultura inovadora”, comenta a gestora.
Entre os projetos que fazem parte do Future Footwear estão plataformas já criadas como a Moda Co, Maratona MUDE e o sistema de automação SOLA. Ainda este ano, serão realizadas pelo menos três ações: uma rodada de negócios entre fornecedores de tecnologia e representantes de empresas do setor; o FF Meeting, um encontro com entidade representativas de setores fornecedores, como software, eletrônica e automação; e o FF Enterprise - Desafio Empreendedor, evento que será realizado entre estudantes de nível superior com o objetivo de criar equipes multidisciplinares para pensarem novas ideias na resolução de problemas do setor calçadista.
Informações: Diego Rosinha / Assessoria de Imprensa