Extensão: as portas da Universidade na comunidade

Unesc conta com 21 programas vigentes e 800 acadêmicos envolvidos nas ações que levam cidadania e conhecimento para toda a região


Oportunizar experiências e a realização de atividades que favoreçam a construção de caminhos contribuem para o enfrentamento de problemas e questões sociais para além dos muros da Universidade e com um grande objetivo: a troca de saberes. Essa é a Extensão Universitária. Nesta segunda-feira (02/05) data em que é celebrado o Dia da Extensão, a Unesc prepara um dia de atividades focadas neste que é um dos principais pilares que a diferenciam entre as instituições.

Por ser uma Universidade Comunitária, a Unesc tem no seu DNA as atividades de extensão, aquelas que, das mais diferentes formas, levam cidadania e conhecimento da academia diretamente para a comunidade. Atualmente, a Instituição conta com mais de 200 projetos vinculados, 21 programas vigentes, 800 acadêmicos bolsistas e mais de 70 acadêmicos voluntários.

“A Unesc está inserida em vários territórios, em várias comunidades. Por meio desta inserção realiza diálogos frequentes com a comunidade, e juntos constroem projetos de extensão que vão ao encontro das necessidades reais de cada comunidade. A partir dessa junção de ideias, propicia ações que transformam os cenários, respondendo aos problemas dessa comunidade e, ao mesmo tempo, contribuindo para o desenvolvimento e a formação de cidadãos críticos, responsáveis, autônomos e familiarizados com a realidade”, resume a Diretora de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias, Fernanda Sônego.

A Diretoria é responsável por articular e coordenar as atividades de extensão de diversos setores da Universidade por meio de programas, projetos, eventos, cursos, ações comunitárias, prestações de serviços, atividades culturais em todas as suas áreas de atuação.

Segundo ela, o Dia da Extensão faz parte do calendário acadêmico desde 2017 e significa um momento de grande alegria por socializar as ações que o setor desenvolve e que envolvem os programas e projetos de extensão, incluindo, também, os serviços prestados pelos setores vinculados como o Museu de Zoologia e da Infância, o Centro de Memória e Documentação (Cedoc), Setor de Arte e Cultura, as prestações de serviços realizadas pela Escola de Idiomas, o setor de Esportes, os cursos livres e a formação docente nos municípios do Sul de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul que fortalecem as ações.

Para a reitora Luciane Bisognin Ceretta os projetos de extensão tem significado valioso para a Universidade e para o acadêmico, já que é uma maneira de ampliar o conhecimento e acrescentar novas experiências para eles e para as comunidades inseridas.

“A extensão compõe um dos três pilares da Universidade. Em conjunto com ensino e pesquisa, possibilita a formação e se credencia gradativamente junto à sociedade como espaço privilegiado de formação do conhecimento”, relata.

Luciane ainda diz estar orgulhosa de todos os projetos e, principalmente, dos acadêmicos que são os grandes protagonistas dessas ações. “Como Universidade Comunitária é um privilégio estar junto com as comunidades, oportunizando novos aprendizados e oferecendo suporte para a evolução social, cultural e humana. Uma forma também de os nossos acadêmicos ganharem experiências enquanto prestam serviços à comunidade, transformando cenários e adquirindo vivências enriquecedoras”, enfatiza.


Formação Continuada - Unesc

Teoria alinhada à prática

Junto do perfil comunitário da Unesc, a Universidade alia ações focadas na evolução do acadêmico lado ao lado da colaboração com o desenvolvimento socioeconômico e colaboração com a qualidade de vida da região. As estratégias adotadas para reunir nos cursos todas estas habilidades e competências, conforme a diretora, se interligam ao projeto de ensino-aprendizagem intitulado como Graduação Multi e iniciado em 2022.

“A nossa Graduação Multi propicia grandes experiências aos acadêmicos, ou seja, eles saem da sala de aula e se inserem nas comunidades, vivenciando o dia a dia, dialogando e buscando soluções para os problemas reais que vinculados aos seus cursos qualificam a formação. Toda essa experiência vivenciada é a Extensão propriamente dita. Colocamos em prática o que aprendemos na teoria”, ressalta.

De acordo com ela, a extensão auxilia na formação, no olhar ampliado dos acadêmicos, no aprofundamento de conhecimentos, nas conexões entre as pessoas, na aquisição de novas competências profissionais e também contribui para a qualificação como ser humano. “Os nossos acadêmicos que vivenciam os projetos e ações de extensão, vivenciam novas e transformadoras experiências, e voltam para a instituição com um novo brilho no olhar, por fazerem a diferença”, sublinha.

Esse entusiasmo comentado pela professora é o sentimento da acadêmica do curso de História, Djenyfer da Silva Vital, uma das participantes dos projetos de extensão da Universidade. “Estar no projeto de extensão é muito gratificante porque nos permite fazer algo pela comunidade e nos engrandece como seres humanos. Todo o conhecimento que venho adquirindo, por meio das leituras e das discussões propostas no projeto vem engrandecendo como pessoa, como ser humano e como futura professora”, comenta a acadêmica que participa do projeto Escola de Migrantes.

A acadêmica da 6ª fase de Psicologia, Bárbara Silveira de Andrade Gonçalves tem o mesmo sentimento de Djenyfer quando o assunto é extensão. “É uma grande experiência, principalmente, por conseguir colocar em prática tudo que tenho aprendido em sala de aula. E os projetos a qual faço parte também é uma forma de termos o contato com a comunidade. Para mim tem sido bem importante. Aprendi muita coisa e a extensão é uma experiência viva com o objetivo de suprir as mais diversas necessidades”, destaca. Bárbara participa dos projetos de extensão Amora e Justiça Restaurativa.

Se de um lado os acadêmicos se sentem encantados com as experimentações de situações nas comunidades, por outro lado as entidades também agradecem os benefícios propostos. É o caso do Bairro da Juventude. Por lá, conforme a diretora-Executiva, Silvia Zanette, um dos grandes projetos de longa data é o intitulado Empreendedorismo e plano de negócios: Ações direcionadas à capacitação de jovens e adolescentes do Bairro da Juventude, já no 12º ano de atividade, além de outros voltados à área da saúde.

“Essa é uma parceria de longa data que sempre ganha um espaço especial na Instituição por se tratar de um projeto que traz novos elementos conceituais e práticos para o fortalecimento do empreendedorismo. Os encontros geram capacitação, trocas de informações e incentivam nossos jovens dos cursos profissionalizantes a empreender, inovar e colocar em ação suas ideias”, menciona.

Na Escola Municipal Contin Portella, de Criciúma, a expectativa também está grande para o reinício dos projetos de extensão para este ano. Conforme a diretora Scheila Gerhardt Albano, são iniciativas como essas que devem permanecer e ser cada vez mais compartilhadas. “Temos projetos voltados aos pais e filhos, ao meio ambiente, à saúde bucal e outros temas que são de fundamental importância para a comunidade escolar. Os alunos ficam maravilhados e participam com muito entusiasmo”, conta Scheila. O projeto citado pela diretora intitulado “Escola de Pais & Filhos”, pertencente ao território Paulo Freire, desenvolve atividades sobre os temas educação em saúde, direito, cidadania, relação família com a escola, cultura de paz e assistência social.

A instituição possui quase 800 alunos e está localizada no Bairro São Sebastião. “Estamos localizados numa região com grande vulnerabilidade social e ter essa interligação com as atividades dos acadêmicos e professores de uma instituição como a Unesc é de grande valia. A Instituição nos abraça e nós, professores, alunos e comunidade, a abraçamos”, agradece.

Extensão se reinventa na Pandemia

Durante o período da pandemia, manter os projetos de Extensão tornou-se um desafio para a comunidade acadêmica. Como levar a extensão para além de seus muros se era tempo de distanciamento social? O momento, conforme Fernanda, foi de superação e ressignificação. “O distanciamento social nos fez ressignificar e mudar as formas de acessar as comunidades. Passamos a desenvolver alguns projetos de forma remota, mas não deixamos de cumprir com a responsabilidade social, com a nossa missão institucional e, inclusive, desenvolvemos outras atividades, contribuindo com a necessidade da sociedade no período”, enumera Fernanda.

Dentre os projetos elaborados durante a pandemia, a Unesc contribuiu com a distribuição de equipamentos de proteção individual para comunidade interna e externa, álcool em gel, o compartilhamento de face shield para profissionais da saúde, o desenvolvimento por meio do curso de Engenharia Mecânica de respiradores, elaboração do plano de contingência e o auxílio significativo com o serviço de tele Covid orientando e triando a população. “Ou seja, realizamos alternativas para responder e auxiliar a sociedade nas suas necessidades. A extensão é isso. É a parte viva que dialoga e propicia crescimento do ser humano e qualifica o fazer com ampliação das habilidades e competências dos acadêmicos. Ganha a comunidade, professores que mediam o conhecimento e os acadêmicos. E isso pulsa vivo o nosso coração institucional”, enaltece.

O auxílio no enfrentamento à pandemia colocou a Unesc em posição de destaque no Estado. O reconhecimento veio em mais um prêmio de Responsabilidade Social da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), entregue no final do ano passado. A Unesc foi destacada entre as certificadas na categoria Organização sem Fins Lucrativos.

Futuro de ainda mais atividades extensionistas

Já figurando como um dos grandes pilares da Universidade, a Extensão promete um futuro ainda mais promissor. De acordo com Fernanda, o número de projetos ativos só cresce, assim como o número de professores e alunos envolvidos e entidades participantes.

O aumento em relação aos números de projetos de extensão também foi elencado pela professora, bem como o número de docentes e discentes envolvidos nos projetos tanto com o fomento universitário quanto com a participação de outras entidades.

De 2014 para 2021, segundo ela, houve aumento de 66,67% no número de projetos de editais com fomento próprio, incremento de 76,42% de docentes participantes e de 66,67% de discentes participando, ampliando as possibilidades e a forma de acessar e contribuir com a sociedade.

Programação especial para segunda-feira

O Dia da Extensão não poderia passar em branco na Unesc que tem neste pilar um dos seus diferenciais. Para isso, conforme a diretora, foi montada uma programação que perpassa o dia todo.
 
Confira a programação completa:

9h – Mostra Estudantil Cultural e Artística – parceria com o CA de Artes Visuais, Teatro, Psicologia e DCE. Hall da Reitoria e térreo do Bloco XXI-B
13h30 – Visitação tenda da Extensão – Auditório Ruy Hulse
14h – Fórum da Extensão – Auditório Ruy Hulse
19h – Apresentação artística – Setor de Arte e Cultura da Unesc – Auditório Edson Rodrigues (Bloco P)
19h30 – Peça teatral “Caixa de Pandora” – Coletivo 4ª Parede – Auditório Edson Rodrigues (Bloco P)
20h30 – Curta-metragem “Escolhedeiras” com participação especial dos produtores e diretores - Auditório Edson Rodrigues (Bloco P).

Fonte: Daniela Savi / AgeCom - Agência de Comunicação Unesc
Imagens: Divulgação Assessoria

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