Fé e tecnologia aliadas na luta contra o câncer

Em menos de 10 anos os números de diagnósticos de pessoas com câncer podem aumentar em 5 milhões

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima 14 milhões de pessoas diagnosticadas com câncer em 2016. Esse número aumenta para 19 milhões em 2025 e 24 milhões em 2035. Prevenção, diagnóstico precoce e os avanços da ciência e tecnologia são alguns dos importantes aliados no combate e tratamento da doença.     
Aos 20 anos, Adriano Lima Alexandre, procurou um médico para retirada de um sinal, inflamado, no pescoço.  A lesão voltou em forma de caroço e veio o diagnóstico: câncer, um melanoma. De lá para cá, passaram-se cinco anos, dois tumores na cabeça, um no intestino e o mais recente, no fígado. Fazendo pela primeira vez o exame PET-CT na Cliniimagem, o jovem, que trabalhava como agricultor na plantação de arroz não desanima, pelo contrário, dá uma lição de otimismo e perseverança lutando bravamente contra a doença.  De que forma? Se apegando em Deus, na família e nos avanços da medicina. “Sempre fui católico, mas quando veio a doença veio com ela a fé e passei a ir com freqüência à igreja.  Enquanto houver tratamento e pessoas me apoiando sigo em frente lutando”, afirma o jovem, morador de São João do Sul.
O PET, maior tecnologia na detecção do câncer, chegou como um alento para pessoas como Adriano. Se antes ele teria que se deslocar para Florianópolis ou Porto Alegre, agora pode fazer o exame mais perto de casa. “Diminui os custos e facilita”. Morador de Rio Fortuna, Lourenço Schueroff, conta que o procedimento é rápido e tranqüilo. “Cheguei a dormir”, revela.


O médico radiologista, Roberto Schulz Filho explica que o exame consiste no mapeamento de diferentes substâncias químicas no organismo. “O PET diminui a necessidade de outros exames, revela tumores; a eficácia do tratamento; se o câncer está sendo disseminado; sua agressividade; a presença de recorrência tumoral”.
Uma substância de contraste similar à glicose, (fluorodesoxiglicose), uma das principais fontes de energia celular, é injetada no paciente e, após um período de 60 minutos, realizadas as imagens. “O PET CT, por meio deste contraste, capta os sinais emitidos, transformando-os em imagens e determina os locais onde há presença desta substância demonstrando o metabolismo da glicose e consequentemente onde há o provável foco de tecido neoplásico viável”, explica.


Segundo o profissional a grande vantagem do PET CT é a capacidade de medir o metabolismo das lesões, demonstrando a presença de alterações funcionais antes mesmo que a anatomia seja afetada e seja detectada pela tomografia computadorizada ou ressonância magnética, permitindo assim o diagnóstico precoce de doenças neoplásicas, o que é essencial para um tratamento mais eficaz e curativo.
Na área de saúde a importância deste método, como já foi mencionada, refere-se principalmente a oncologia e neurologia.  “Socialmente falando, temos que levar em conta que se trata de um método de diagnóstico muito recente no mundo. No Brasil até pouco tempo, este exame era realizado somente em São Paulo. Hoje, há em pouquíssimas clínicas de grandes centros, como em Porto Alegre e Florianópolis. Então é sem dúvida muito importante para Criciúma fazer parte das cidades brasileiras que atuam nesta área”, aponta o médico Flávio Spillere, sócio da Cliniimagem, empresa que disponibilizou o aparelho, importado dos Estados Unidos, ao Sul do Estado.

Informações: Daniela Niero

 

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