Lixo eletrônico: um problema a ser solucionado na maioria das cidades
Os aparelhos eletrônicos são produtos que tornaram a vida de milhares de pessoas muita mais prática e fácil diante da correria do dia a dia. No entanto, quando o aparelho quebra ou se torna obsoleto precisa ser descartado, e na maioria das vezes e dos municípios, não existe uma forma correta e um local apropriado para descartar esse material, resultando em danos à natureza e vindo a causar prejuízos ao próprio ser humano.
Exemplos disso são os computadores com suas partes em metal, fibra e plástico nocivos à saúde do homem, e que podem causar danos ao sistema nervoso central, e as lâmpadas fluorescentes que contêm substâncias tóxicas prejudiciais a camada de ozônio, e que precisam ser levados, quando não têm mais funcionalidade, a locais apropriados para seu descarte ou reutilização. No contraponto dessa situação, existem entidades ou cooperativas que recolhem estes materiais ou partes deles fazendo a separação correta para a reciclagem.
Outro exemplo são as substâncias contidas nas pilhas, que em contato com a água ou o solo causam a poluição dos córregos e lençóis freáticos, afetando, consequentemente, as formas de vida naturais, como os peixes e os seres humanos.
Em Araranguá, a coleta do lixo eletrônico deverá ser feita de maneira correta nos bairros. Os computadores, aparelhos de televisão, pilhas e lâmpadas fluorescentes serão recolhidos em pontos definidos pela Fundação Ambiental do Município de Araranguá (Fama) e repassados a uma empresa terceirizada. Há possibilidade de que seja a Colix (Empresa de Coleta, Transporte e Destinação Final) para o envio do material a uma empresa localizada em Porto Alegre (RS).
A ação é prevista no requerimento no 31/201, aprovado pela Câmara, a qual destina à Fama a função de desenvolvimento de um projeto de descarte correto do lixo eletrônico em Araranguá. De acordo com o superintendente da Fama, Paulo Simon, o caminhão da coleta ficará em cada localidade durante uma semana.
“A população sempre tem material eletrônico e não sabe o que fazer, deixando os produtos amontoados em casa”, explica. Para solucionar o problema dos resíduos sólidos, um projeto, ligado à reciclagem do material coletado, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), campus Araranguá, está em fase de aprovação.
A UFSC está analisando o documento, mas segundo o diretor geral e professor Sergio Peters, o projeto poderá entrar em prática ainda na primeira quinzena de julho. O convênio envolverá uma empresa para realizar o transporte das peças eletrônicas até um local determinado pela Fama para a seleção dos componentes e, posteriormente, a construção de computadores. “A idéia é envolver os alunos de todas as fases dos cursos de Tecnologia da Informação e Comunicação e Engenharia de Computação”, explica.
Outro envolvido com a parceria do lixo eletrônico é o professor de Tecnologia da Informação e Comunicação e Engenharia de Computação, Juarez Bento da Silva. O docente destaca a importância não só ambiental da proposta, mas a questão social ligada à ação.
“A parceria vem auxiliar na triagem do material eletrônico produzido na cidade e é um campo em potencial de estágio para os alunos. Essa atividade é altamente significativa, porque além de minimizar o problema do lixo, propõe a inclusão social transferindo computadores às pessoas que não tem acesso”, explica.
A união em prol de uma causa realmente benéfica acaba gerando um ciclo onde o desenvolvimento caminha junto à consciência e engajamento ambiental, trazendo à tona à necessidade humana da preocupação com o meio ambiente.