A produtora, diretora, atriz e gestora cultural argentina, Eva Piwowarski morreu ontem, em Buenos Aires. Ela lutava contra um câncer desde março de 2018. Em 2014, ela passou a integrar a curadoria do Festival de Cinema de Gramado ao lado dos críticos brasileiros Marcos Santuario e Rubens Ewald Filho. "Nossa querida e competente curadora Eva Piwowarski nos deixou para brilhar em outro tapete vermelho. Te extrañaremos! Hasta luego", disse a mostra cinematográfica em nota.

A inclusão de Eva na equipe de programadores do Festival de Gramado se deu após a morte do ator e diretor José Wilker, que integrava o trio de curadores desde 2012. Eva foi uma parceira ótima na curadoria do Festival de Gramado”, comenta Santuario. “Ajudou ao Rubens e a mim a envolver-nos ainda mais com as produções latinas e sempre trouxe um olhar crítico, contemporâneo e atuante ao nosso desafiante trabalho”, completa.

Eva teve importante atuação cinematográfica e política nos anos 70. Filha de um imigrante comunista que se tornou peronista, foi também a última esposa do renomado cineasta Gerardo Vallejo, um dos integrantes do grupo Cine Liberación, que entre os anos 1960 e 1970 incluía Fernando Solanas e Octavio Gettino, entre outros. Ela foi também uma ativista histórico da integração das indústrias cinematográficas da América Latina, especialmente entre os países que participam da aliança do Mercosul.

Entre as diversas atividades realizadas em seu país natal, Eva Piwowarski foi coordenadora do Programa Polos Audiovisuais da TV Digital Argentina, responsável por promover a produção televisiva federal junto ao sistema universitário argentino. Foi uma das diretoras do Programa Mercosul Audiovisual da União Europeia e a criadora da Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul (RECAM). Foi também assessora audiovisual da Universidade Nacional de Jujuy, coordenadora de projetos da Fundação Gerardo Vallejo.

foto: Festival Gramado | Divulgação

Fonte: Correio do Povo