Unesc da suporte aos empreendedores da região
Somente entre março e julho de 2020, o Brasil somou, conforme o Portal do Empreendedor, mais de 500 mil de novos microempreendedores. Os números apontam que, em meio a uma crise econômica causada pela pandemia de Covid-19 – e que obrigou empresas a fecharem as portas, outras tantas nasceram da necessidade de buscar uma nova fonte de renda ou do desejo de tirar uma ideia do papel. Muitas vezes, neste processo de tornar um sonho realidade e funcional, o suporte profissional serve como um norte. Há pelo menos sete anos a Unesc tem sido base de muitos destes empreendedores na região Carbonífera e Extremo Sul de Santa Catarina.
O trabalho é feito na Universidade por meio do Núcleo de Empreendedorismo (NE), um projeto institucional criado em 2014 e que visa potencializar a educação empreendedora, capacitando e apoiando a população da região em busca do desenvolvimento econômico, social e ambiental.
Hoje, o Núcleo do Empreendedorismo da Unesc atende desde jovens que estão no Ensino Médio ou Superior até aqueles que já possuem um negócio próprio (micro ou pequenos empreendedores). Este atendimento ocorre por meio da Jornada Empreendedora, que é composta por oito programas: o Programa de Desenvolvimento de Lideranças (PDL Jovem), Mentoring, Mentoring Turismo, Projeto Estratégia 360º, Planos de 60 dias, Internacionalização de Pequenas e Médias Empresas (IPEME), Programa Empreender 50+ e o Pipocando Empreendedorismo.
Oportunidade gratuita e acessível
A maioria destes programas foram idealizados pela pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Unesc, Gisele Coelho Lopes. De acordo com ela, toda a Jornada Empreendedora contribui para que o empreendedor tenha a oportunidade, de forma gratuita, de desenvolver a sua ideia e colocar o seu sonho em prática.
“Muitas pessoas não conhecem aquilo que a nossa Universidade tem para disponibilizar, ainda mais nestes tempos de pandemia que temos vivido. O nosso Núcleo de Empreendedorismo é acessível a qualquer pessoa”, lembra Gisele.
A coordenadora do NE em Criciúma, professora Cristiane Dias, reforça esta “porta de entrada” para o empreendedorismo. Ela lembra que muitos empreendedores chegam apenas com uma ideia no papel e passam por diversos programas dentro da Jornada.
“Muitas ideias são transformadas, colocadas em prática e, depois, muitos voltam e, ainda, ressignificam seus negócios. A Universidade cumpre seu papel, dando subsídios para que eles possam seguir em frente”, acrescenta a coordenadora.
Para a reitora Luciane Bisognin Ceretta, que também está à frente dos trabalhos, a Unesc cumpre, mais uma vez, por meio do núcleo, o seu papel como Universidade Comunitária.
“Está no nosso DNA ser alavanca propulsora da comunidade onde estamos inseridos. Hoje, é preciso que o empreendedorismo seja forte e pujante para que nossa região também continue crescendo. A oportunidade dada pela nossa Unesc é excelente: uma estrutura ideal e profissionais capacitados para fazermos que estes empreendedores voem”, completa Luciane.
Transformação de realidades por meio do Núcleo de Empreendedorismo
Um dos empresários que aproveitou esta oportunidade “de voar” dada pela Universidade foi João Mantovani dos Santos, que iniciou o Plano de 60 dias do núcleo, em agosto de 2019.
O Plano de 60 dias foi um dos primeiros projetos do Núcleo de Empreendedorismo. Em andamento desde 2014, ele nasceu como um projeto de extensão curricular inovador, que oportuniza aos novos empreendedores a organização do negócio desde a modelagem até as práticas de gestão que orientam estrategicamente o empreendimento para atuar no mercado.
E foi exatamente isto que aconteceu com João. Ele possuía uma marcenaria, a reorganizou e a transformou, por meio do plano, em um atelier com móveis e artigos feitos em madeira.
O empresário garante que os profissionais da Unesc o fizeram “pensar fora da caixa”. “Por meio do Plano de 60 dias da Unesc eu pude ver além daquilo que estava fazendo diariamente. A ajuda foi muito boa, sobretudo, me dando novas ideias”, aponta o empreendedor que recebeu suporte durante seis meses.
Mantovani avalia que, se não fosse a pandemia de Covid-19, os negócios já haviam melhorado ainda mais.
“Temos bastante expectativa para os próximos meses. Após o plano eu possuo uma visão melhor do meu negócio, já mudei minha empresa, até mesmo visualmente, e tenho certeza que o próximo passo será o incremento financeiro”, acrescenta.
No Núcleo de Empreendedorismo, a mentoria necessária
Com uma ideia completamente diferente da marcenaria que virou atelier de João, Christian Avila Beninca, de apenas 20 anos, participou do Mentoring. Ele e alguns amigos trouxeram a ideia de dar um impulso em uma área pouco explorada na região: o desenvolvimento de jogos.
O Mentoring dá aos empreendedores acesso à mentoria e apoio técnico no planejamento e desenvolvimento de novos negócios – desde a concepção da ideia até a pré-incubação.
A ideia de Christian já foi mudando durante a mentoria, mas a essência continua a mesma, fazer com que pessoas se divirtam por meio de jogos em celulares, como aqueles que são possíveis jogar enquanto se está numa fila de banco esperando, por exemplo, ou durante horas em casa.
Segundo o jovem, o trabalho de mentoria foi excepcional. “Os professores mentores sempre estiveram conosco. Eles são o ponto alto do Mentoring. Nos ajudam de forma sempre muito humana. Sempre que tínhamos dúvidas eles nos ajudavam até por mensagem no celular. A Unesc quer que a gente dê certo, ela se empenha por meio dos profissionais para que a nossa ideia dê certo”, ressalta Beninca.
Oportunidade de aprender e ensinar
Hoje, além dos professores profissionais que direcionam os empreendedores, os alunos da Unesc também colaboram – muitos de forma voluntária – em todos os programas.
Neste fluxo surge, ainda enquanto acadêmicos, a oportunidade de não apenas aprender, mas também ensinar. Para alguns destes alunos, inclusive, o Núcleo de Empreendedorismo se torna um divisor de águas, não apenas na carreira profissional, mas também na acadêmica.
Um destes exemplos é o do professor Diogo Morais, que coordena hoje o Núcleo de Empreendedorismo da Unesc Araranguá. Enquanto acadêmico, ele foi bolsista voluntário e atuava junto da professora Gisele, nos primeiros projetos.
Diogo lembra da experiência que, segundo ele, mudou a sua vida. “Enquanto eu era estudante, também era empresário, mas sabia da minha realidade. Por meio do núcleo, em um ano eu pude trabalhar junto de 60 empresas. Eram 60 realidades, 60 tipos de problemas e direcionamentos diferentes. O aprendizado foi gigante”, relembra.
Gisele, hoje pró-reitora, acredita no potencial do Núcleo de Empreendedorismo como ressignificador da vida dos estudantes.
“O núcleo traz consigo um diferencial muito significativo na experiência formativa do nosso estudante, que é desenvolver ele, não somente para que tenha acesso ao conhecimento, mas que se transforme por meio do conhecimento. Essa transformação se dá pelo contato direto com a realidade social que a Universidade o coloca. O contato direto com a vida profissional”, garante Gisele.
Texto: Imprensa Unesc - Matheus Reis
Fotos: Divulgação